Segredos que invento
Tenho amado
Sentido minhas mãos nas tuas
Procurado tua boca nos meus pensamentos
Visto tua imagem no meu espelho
E, assim, caminhando em mim
Posso ter a certeza de ser tua
Eis que rolo na cama
E suspiro entre os lençóis
Aspiro teu cheiro masculino
Na luz da lua que banha
A linha tênue da minha paixão
Tenho te amado
Ao despertar o dia
No calor solitário de novembro
Na esperança multicor de reencontrar-te ainda hoje
E esperando teu corpo entregar-se ao meu
Juro promessas de amor eterno
Reviro gavetas para encantar-te
E pinto os olhos para enfeitiçar-te
Falo segredos que invento
Quero inebriar-te de mim
Tenho amado um amor sem fim
Tenho sido tua
Despida de roupas e de vaidades
Pois que canto um canto
De sentimentos tantos
Falo ao teu ouvido
Lambisco o teu umbigo
Sem reservas de domínio
Ponho o silêncio no escuro
Ouço tua respiração
Luz ao meu redor.