“PASSAM OS SONHOS”

0s nossos sonhos passam,

De águas olhos embaçam,

No decorrer da jornada!

Tudo se vai com o tempo,

Alegrias ou tormentos,

Vão ficando pela estrada!

Também se vão os amores,

Os desalentos e as dores,

Vai ficando em tal percurso!

Que se perdem na imensidão,

Dos dias que avançam então,

Morrendo vaidade e luxos!

Todos são como a tempestade,

Que carregam sem piedade,

Nossos dias vividos aqui!

Emblemático e sereno,

Sonhos grandes ou pequenos,

Com o tempo a se diluir!

Passa nossa juventude,

Regadas com as atitudes,

De cada ser nesta terra!

Que com o tempo desvanecem,

Junto aos sonhos que fenecem,

E a nossa jornada encerra!

Vão se com eles as alegrias,

Os encantos e nostalgias,

Que aos poucos viram história!

Das infindas caminhadas,

Nas fatigantes jornadas,

Feitas nessa trajetória!

Em circunstância desdita,

Que homem algum acredita,

Ou se atreve entender!

Nesse mundo aqui presente,

Com seu vigor descendente,

Vindo aos poucos envelhecer!

Cabelos ficando grisalhos,

Serão preciso agasalhos,

Pra um repouso seguro!

De muitos anos de jornada,

Sentido as pernas cansadas,

Em tais fracassos futuros!

O tempo vai combatendo,

E o desalento crescendo,

Invadindo corpo e alma!

Que transformou-se ancião,

De poucas forças nas mãos,

Decaindo em meio a traumas!

Já com seus olhos cansados,

Vendo um mundo desfocado,

Em um claro e tom cinzento!

Daquelas horas de apogeu,

Que com o tempo enterneceu,

Crescendo em cada momento!

Consegue entender que a vida,

Por muitas horas perdida,

Nas farsas que o mundo tem!

E que agora experiente,

A deseja-la ardentemente,

E anseios que vão além!

Já nos molares sem forças,

Faz-se preferencia nas sopas,

Em dentes falhos espaçados!

O tempo lhe gastou a existência,

Já passa a buscar por clemencia,

Por tal período encurtado!

Assim seu pouco tempo de vida,

Consumiu-lhe em tal medida,

Não lhes deixando refazer!

O corpo frágil e curvado,

Em lutas lhes faz prostrado,

Pouco a pouco a perecer!

E assim passa-se a todos nós,

Em rouquidão a clara voz,

Já cabisbaixo e silente!

Vai-se, deixando a saudade,

Tantos rastros na verdade,

A apagar-se brevemente!

Cosme B Araujo.

14/07/2021.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 14/07/2021
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