Amanhecer

O sol entra pela fresta do meu olhar

A vizinhança e seu barulho matutino

É manhã de domingo

Meu amor dorme ao meu lado

Seu sono dos injustos, sim

Injustos, dado que logo nos separaremos.

Meu amor dorme um sono profundo

E nem sente que o toco

Nem precisa, minhas mãos já se sentem em casa

Não quero acordá-lo desse momento de beleza

Eu não quero acordar desse momento de certeza

Sua presença nesta cama é a sentença

De plenitude do nosso caso

Sua alma, aqui nua (o corpo também)

Aos meus olhos, que posso dizer mais

Obra de arte de beleza furiosa.

Saio da cama bem quieto

E faço o café que ele nem gosta

Depois, me junto a ele

Queria conseguir dormir

Mas parece impossível

Pois esse momento é mais que verossímil

É confortante, inebriante, me extasia

Inundado, bêbado de amor

Respiro em plenos pulmões

Um sentimento maior

Que qualquer outro nascer do sol

Um amor de corpo presente

Que amanhece

Que venta, que chove

Um amor que nos cobre.

Hudson Pereira
Enviado por Hudson Pereira em 09/11/2007
Código do texto: T730014
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.