Abraço
De quantos finais sou feito?
Dos meus, de outros, de tantos...
Antes de um inevitável pranto
Quero deitar-me em teu peito.
Desejo-te, mas evito sufocar-te,
E fujo de teus calorosos braços
Mas quando de nós se faz espaço,
Transformo-me a saudade em arte.
Por isso, em ti, amo demorar,
Lar de imprevisível aconchego,
Fonte de leveza e sossego;
Percepção de um simples olhar.
Até que precise ir embora;
Até que o precises também;
Eu devo permanecer refém
De nossas delicadas horas.