os anos

os Anos

Os anos se vão e o meu corpo junto a ele vai,

Como uma rosa seca junto ao tempo...

A idade é um termômetro: começa embaixo termina encima,

Logo se despenca...

É lenta e delgada às horas inextinguível e, inexoravelmente entro pela transparência

Desse belo dia que caminha paulatinamente, e me impõe uma agonia avassaladora,

Então, desde então procuro aliviar-me ao som do cântico dos pássaros que,

Perpassam em extrema harmonia no canteiro azul do meu universo onde os minutos me dominam...

A minha vida esta de cara nova, mas velhos são os problemas que agora já não são mais problemas... Porém, vejo além meu paraíso repleto de um nevoeiro trapaceiro, tampando minhas vistas, me esqueço do perigo, e me aventuro nesta vida...

Mas eu... Eu estou enamorado, da vida, de minha família, dos meus amigos, de minha amada, cujo momento a unidade nos uniu, num só caminho, numa só vontade, num único pensamento. Entre nós não tem segredos, não há pecado, e nem soberba.

Há entre nós, aquilo que os marítimos aventureiros nunca encontraram: a felicidade de olhar nos olhos da bem amada, de se dizer por si só, um gesto que basta para um infinito sorriso, um milésimo de eternidade de se descobrir, uma voz diferente, um coração renascido, e ressarcido de um período atroz... A revelação de um mistério metafísico, a descoberta da razão concreta e relativa, mas determinada e vivída, de sentir as mãos macias e trementes acompanhado de um perfume que se absorve, um beijo que te arrebata e te sustenta e te esquenta... Eis ai o porque sou apaixonado, e ela, a menina dos olhos de Deus,

E eu um poeta enviado dos céus.

Seus lábios, oh bem amada, duas pétalas divinas repletas de nécta para este poeta sorver. Algo em que o tempo jamais há de vencer, a que no jardim desta vida a encontrei, rara, a mais pura dentre outras mil!

Ah hei de me derramar em caricias de embelezamento por sobre sua tez, feito o orvalho,

Numa madrugada longa e romântica refrescando-a para enfrentar o sol do meio dia...

São nestas horas, bem amada, em que abro a janela do meu coração... Para receber tua vida,

Embora eu saiba que a idade passa, entretanto, o que me sustenta é a sua sombra: tua presença em mim nas ausências causticantes... Ás vezes ao distante me confunde. Levo em minhas veias o teu sangue, por isso tenho mais vida, e minha alma compartilha com tua alma, como a primavera compartilha seus floridos perfumes com as estrelas, e por assim procuro guardar em mim aquilo que agora tanto lhe diz... É como minha obrigação procurar tua pele... O teu súbito amor.

Eu sei que os anos se vão... E o meu corpo junto a ele vai...

Kalell
Enviado por Kalell em 15/11/2007
Código do texto: T738919