Costume

Me acostumei ao seu ritmo

Ao modo com que você faz suas palavras soarem doces

Me acostumei ao seu olhar de censura,

Às suas histórias de vida

E até à essas suas lambidas

Me acostumei com as suas verdades

Gosto do modo que elas são sentidas

Me acostumei ao gosto da sua pele

Me acostumei com suas músicas tão diversas

E até com o sentido que você dá à elas

Me acostumei com seu estilo

Com seu sorriso sem graça

Me acostumei com seu beijo

Seu carinho, sua voracidade

Me acostumei com seus defeitos

Me acostumei a dizer que amo você

E me acostumei a não querer lhe deixar

Me acostumei com todas as mudanças que você fez no meu mundo

E até à sua organização que me impressiona

Me acostumei com o seu quarto

Não me acostumo com as saudades;

Nem com o tempo,

Nem com essa cidade.

Não me acostumo com minhas angústias,

Não me acostumo com nada!

Não me acostumo de ter me acostumado tanto assim.

Me acostumei à ser do vento

À amar o vento, à ir e vir

Quando e como eu quiser.

Mas agora me acostumei à tentar me adaptar à você

Me acostumei à querer ter você.

Me acostumei às suas tempestades

E ao seu mar, ao seu jeito de me levar

Me acostumei tanto ao seu abraço

Me acostumei à te amar

À ser piegas, à lhe dizer frases feitas.

Me acostumo a cada dia com essa aventura

Diferente e emocionante de ter que lhe conhecer

De ter que lhe aceitar

E o que mais me surpreende

É o quão simples é para mim simplesmente lhe adorar.

Beatriz Verneaux
Enviado por Beatriz Verneaux em 20/11/2007
Código do texto: T744101