Quando chegam os teus olhos vadios
Quando chegam os teus olhos vadios, cheio de mentiras,
Eu me embriago na sensacao de tuas cores e de teus abraços.
E as peles se roçam como se no fundo nao ouvessem iras,
E teus braços me rodeiam e meus braços ti rodeiam, como em dois laços.
E nesse calor chega teu beijo ... e vem tua lingua fria
Serpenteando dentro da minha boca um tanto quanto molhada.
E minha lingua, cansada, busca o fogo da tua, com aspera agonia.
E quando enfim encontra acontece tudo e nao acontece nada.
Depois vem tua mao descendo sobre meu fragil peito,
E tuas unhas me arranham, como alguem que quer mais que o prazer.
E se multiplica em milhoes enquanto desce por esse caminho estreito
E aperta meus ossos doloridos, me sufocando entao, com medo de me perder.
E nesse medo eu volto pros seus olhos que ja estao agora molhados,
Passo minha lingua fervendo nos teus labios de saliva querendo derramar.
Me invade a sensaçao de teu mel calido em marê de corpos ilhados.
E entao finalmente me perco em teus olhos ... e me volto a encontrar.
Luiz