A rede e a balança

Pus a rede no terraço,

linha reta desse espaço,

cada ponto, um armador.

Nossa rede era a balança,

cada corpo uma esperança

pedaços do nosso amor.

Na distância entre dois pontos,

nossa história, nosso conto

e nossa sorte a escrever,

lá fez no céu um belo traço,

dali do nosso terraço

deitado estava com você.

No lar de nossos encontros,

na distância entre dois pontos,

repousava o nosso amor.

Na rede que era balança,

cada peso uma esperança,

um ponto não suportou.

E o outro ponto solidário,

não quis ficar solitário,

da parede se arrancou.

Tanto pontos, quanto corpos

Fizeram-se então de mortos

Ninguém ali se importou.

Se o nosso peso rebenta,

não é oito nem oitenta

tal evento gerador.

Será fardo ou o que se excede,

nessa balança que mede

o peso do nosso amor?

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 25/03/2022
Código do texto: T7480822
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