A rede e a balança
Pus a rede no terraço,
linha reta desse espaço,
cada ponto, um armador.
Nossa rede era a balança,
cada corpo uma esperança
pedaços do nosso amor.
Na distância entre dois pontos,
nossa história, nosso conto
e nossa sorte a escrever,
lá fez no céu um belo traço,
dali do nosso terraço
deitado estava com você.
No lar de nossos encontros,
na distância entre dois pontos,
repousava o nosso amor.
Na rede que era balança,
cada peso uma esperança,
um ponto não suportou.
E o outro ponto solidário,
não quis ficar solitário,
da parede se arrancou.
Tanto pontos, quanto corpos
Fizeram-se então de mortos
Ninguém ali se importou.
Se o nosso peso rebenta,
não é oito nem oitenta
tal evento gerador.
Será fardo ou o que se excede,
nessa balança que mede
o peso do nosso amor?