DE QUE SERVE (Então, me diga...)

De que serve voar, se eu posso cair,

De que serve sorrir, se eu posso chorar,

De que serve amar, se eu posso sofrer,

De que serve viver, se eu posso morrer...

A vida é esse sopro de incertezas,

O mesmo sopro que assopra velinhas,

É o mesmo sopro que acende fogueiras,

E somos nós um aglomerado de instantes,

O que farei entre eles, senão viver?

De que serve uma rosa, se é cheia de espinhos,

De que serve um sonho, se eu vou acordar,

De que serve o sol, se vai anoitecer,

Mas de que serve a vida, se não for para viver?

A vida é esse sopro de incertezas,

Então do que adianta os instantes se não for para arriscar,

Então do que serve o tempo, se não for para tentar,

E no fim, do que serve morrer se viver foi em vão.

O que farei entre os instantes, senão viver?

Então, me diga...

De que serve essa carne, se não tiver cicatrizes,

De que serve a alegria, se não conhecer alguma lágrima,

De que serve o amor, se a solidão nunca o tocou,

De que serve maquiagem, se sua beleza real nunca mostrou?

A vida é esse sopro de incertezas,

Não importa quanto erros ou acertos,

Se no fim, cada equívoco dá valor as conquistas,

De que serve uma vida, se não for para tentar,

E de que serve viver, se não for para amar?!