DE AMOR
Nesta tarde em que triste está meu coração,
preferirei das mãos fazer a palavra surgir
a fazer germiná-las da minha boca.
A poesia é descrição da alma.
Descrevo com mão pusilânime
O sorriso de crianças em dia natalino,
A moça aflita debruçada sobre os braços a esperar seu amado,
A palavra contida,
A poesia sagrada que sou.
O amor que se transmuta em pão.
Sou eu a fresca códea
E é a mim mesmo que como.
Vivo, enquanto aos poucos de amor me morro.
Belo Horizonte, 21 de março de 2006