Acalanto
Guardo todas as mágoas num canto
Deste meu universo sombrio.
Tu te escondes do vão desencanto,
Dentro deste teu mundo arredio.
Pra que tanto resguardo, no entanto,
Se a morte não perdoa ninguém,
Se somos almas perdidas de espanto
E, sozinhos, nos tornamos reféns?
Em mim, a dor desta vida doída,
Choras também teu magoado pranto.
Beija, amor, minhas lágrimas sentidas
E eu farei versos pro teu acalanto.