PARTO PRA CIMA

O sol beija a terra todos os dias

Mais ainda assim ele dá vida a sombra

Assim é o meu amor que por ti virias

Darei adeus ao passado

Pisando novas flores em Holambra

Meu coração arqueja, palpita

Por alguém que não conheço

É como beijar o ar...volitar na densidade

Como sentir uma borboleta voar com toda a sua intensidade

Pra depois descer no jardim e paquerar as flores

E saber que tudo era colorido pra morrer de amores...

Parece que tudo está pelo avesso

Parece que estou louco para amar

E mesmo na escuridão do sonho

Quando a vejo está tudo aceso...

Não te sinto ainda raiz...Enfim!

Como fruta madura no pé

Sei que aos meus olhos és linda

Mesmo que cego fosse ainda assim

Te reconheceria como uma rosa do meu jardim...

Mesmo que a esmo sangrasse meu dedo

No espinho de tua rosa orvalhada

Virariam o gozo qual leite de coalhada...

E suas pétalas chorosas rente ao chão

Não estariam perdidas

Mais estrarias fornecendo vidas

Estrume salinos pra bater meu coração

Agora já sei quem és numa álgebra

Uma mulher cega a procura de um braile

E eu um cego de braile procurando uma mulher

Nos aforismos da escuridão...

Por vezes escuto a música da solidão

Outras vezes a solidão me escuta

Enquanto meu coração pulsar

Estou esperando por você

E quando chegares entre sem bater...

E silenciosamente entre no meu quarto

Que entrarei no seu

Até nos tornarmos um só ser...

Gemendo como na dor do parto...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 27/07/2022
Código do texto: T7568726
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