Madrugada submersa,ela existe.

Escorre a humidade matutina,

Traçando desenhos e letras de dor,

Na folha transparente da vitrina.

Por onde teus dedos já foram Amor.

E eu vejo meu olhar triste reflectido,

Mas distorcido como folhas caídas.

E quiçá como dejá vú repetido.

Apoderam-se de mim lágrimas traídas.

E eu quero gritar, mas a névoa não deixa.

Minhas palavras não atravessam o dia.

Esta madrugada submersa, ela existe.

Meu coração chora, por fora se queixa.

Eu solto bramidos, AI, teu corpo que tanto queria.

(Como esta manha deixa-me triste!)

Poeta Perdido

27/ 11/ 2007