TEU

É o calor o meu companheiro de agora,

como dantes fora a tristeza,

A dor, o pranto, o riso, o amor.

Um menino de azul nos olhos a falar-me versos

E a rir-se de si e das libélulas a beijar-lhe a alma.

Andei tanto que ofegante me deito a ouvir suspiros meus.

Dá-me teu sopro brisa que és,

Orvalha-me com tua saliva

E pela manhã toma-me em teus braços

E faz-me teu pomo tardio colhido na primavera.

Quando de ti arbusto sacro deverias

Brotar apenas flores.

Belo Horizonte, 23 de março de 2006

Rodrigo Ribeiro
Enviado por Rodrigo Ribeiro em 01/12/2007
Código do texto: T760632