NUA NOITE
Nua noite que de estrelas se despiu
cobre-me com teu manto lúgubre
aquieta-me a alma em pranto
e cessa esse teu canto fúnebre!
Faz-me aquiescer o desencanto
que ao frescor desse teu sândalo
tirou-me a razão e o centro
fazendo-me entregar ao desalento
de um amor que deixei se perder
Devolve-me enfim a alegria
traz-me a aurora de um novo dia
em que os jasmins me perfumem
em que eu me banhe no lume
faz das certezas de outrora
dos desenganos de agora
os anseios de um amor futuro
e aos teus pés, agora eu lhe juro
Jamais hei de deixá-lo morrer!