Púrpura Rosa
A púrpura rosa que aquece o meu ventre
Colore-me a aura em mistério e segredo.
Meu ser escraviza em prisão e degredo
Invade-me sempre e eu consinto que entre.
É febre abrasiva que vem, me consome,
Afagos lascivos, preguiça e langor...
Meu corpo enfraquece carente de amor,
Debruço-me ao leito e murmuro teu nome.
Total descontrole, a chama se acende
Sem tempo ou compasso, afeta-me o tino,
A pele amortece e me leva ao delírio.
Em gozo sublime minh’alma se rende.
Exposta à luxúria em tal desatino,
Viajo em estrelas... que doce martírio!