vamos voltar a sentir o gosto de tudo

após 20 minutos: minhas mãos tremiam a escrevê-la,

a querer saber como você está, o que você fez hoje;

após 2 horas: não há mais lágrimas a serem choradas,

pois chorei o que nunca acreditei existir em mim;

após 8 horas: consegui respirar normalmente sem soluçar,

mas tive que excluir nossas fotos e bloquear seu número;

após 24 horas: notei minha voz rouca quando acordei

devido a primeira noite sem você,

e prometi a qualquer um que pudesse me ouvir

que jamais dormiria de novo;

após 48 horas: seu perfume estava em minhas camisas,

em meus lençóis,

e me desfiz das dedicatórias dos livros que você me deu,

das cartas que me escreveu e dos CDs que me presenteou;

de 2 a 12 semanas: andar sem você ao meu lado,

sem nossas mãos entrelaçadas,

começou a ser normal como antes de conhecê-la;

de 1 a 9 meses: falei de você para o jornaleiro, para o padeiro,

para os garçons dos bares que frequentei,

e a ansiedade em te encontrar na esquina deixou de existir;

após 1 ano: o teu nome em minha boca já não sai com dor,

se tornou banal como ver teu pai no ônibus para o trabalho

ou

contando mentiras para pessoas que ambos conhecemos;

após 5 anos: o risco de me apaixonar por outra pessoa é o mesmo

como de quem nunca se apaixonou na vida,

e eu me apaixono por olhos verdes, cabelos loiros,

peles escuras e vozes amargas;

após 10 anos: não há uma célula em meu corpo que ainda tenha seu toque;

de 10 a 15 anos: sei que você ilumina a vida de quem te ama,

enquanto eu carrego poemas sobre o que não aconteceu

e conto o que vivi a quem está em meu sorriso;

após 15 anos: não há música que me lembre de você que eu não escute.

Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 09/03/2023
Reeditado em 09/03/2023
Código do texto: T7736200
Classificação de conteúdo: seguro
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