A sanidade dos Hospícios

A sanidade absurda dos hospícios

em uma luz virtuosa e perfeita

eu sou homem de fé e sem vícios

realidade que se impõe e é aceita

Sou um mel vertendo e docíssimo

mexo com a sua glândula pineal

crok... crok... crok...crok

eu como bolacha mastigando no ritmo

não sou doido, sou uma aurora boreal

Sou a felicidade que ofende o mundo

o que me engrandece é o sofrimento

os meus pecados são sempre mais fecundos

e a ventura só me traz distanciamento

Neste mundo de coisas invisíveis

Sou um cego que morde e apanha

e a chuva cai como uma obrigação

Meu guarda chuva é teia de aranha

a modernidade roubou o paraíso

e eu tenho de viver esta sanha