Contumaz

Enquanto o poeta pranteia sozinho

Querendo o carinho da diva que almeja,

A deia o desdenha e se empenha, no ninho,

Pra ter a paixão que sua alma deseja.

O bardo quer Branca, mas Branca não quer,

Nem pra ser mulher, nem amiga ou amante...

E o vate chorando, anelando requer

Pensar no pregresso que foi tão brilhante.

Saudade martela com força em seu peito...

Fugir? Não tem jeito!... Precisa passar

Por tal furacão que a paixão com seu jeito

Lhe fez sofredor, por amar e sonhar.

E a cada suplício do seu coração,

Pensando na diva que esquiva do vate

O faz contumaz, desejando a paixão

Que anela a deidade no campo do abate!

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 24/06/2023
Código do texto: T7821473
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