SOMBRAS DANÇANTES
Um estalido e a luz se vai...
As chamas crepitam
ao som dos uivos eólicos
criando sombras dançantes
que apavoram os infantes!
E eu, alucinada me perco!
Em meio ao breu
me pego viajando
sombras se formam
imagens cintilam
na chama ardente
resquício de luz
fogo que seduz.
Minha alma ferve
e insana me conduz!
No mistério flamejante
desse perigo que encanta
meus pensamentos são labaredas
meus olhos soltam faíscas
meu corpo incandesce
o suor é lava ardente
eu, vulcão
você, infante indolente!
Deixa-se envolver nos meus enredos
banha-se na lava que escorre
queima-se do fogo indecente
arde e urra meu nome, inconsequente
Somos dois num só abismo
somos fogo e estopim em risco
somos malucos, alucinados
pela paixão encarceirados!
Somos prazer extremo, tesão intenso!
Fogo eterno a queimar
e que, na boca do poeta
faz esse inferno de amar!