À DERIVA

Numa tormenta sem fim

sou barco sem vela

navio sem bússola

submarino de mim

Mergulho às cegas

busco recifes, atóis

quero um porto seguro

quero manter-me no prumo

Respiro sóis

nado em caracóis

me perco, me encontro

me desencontro

me enrosco em algas

afundo em amálgamas

estou à deriva

Entre bolhas de ar

no líquido pulmonar

um grito mudo ecoa

transcende e trespassa

vence a imensidão azul

do teu imponente mar

Alcança teu tino

aguça teu instinto

muda teu destino

e te trás até mim

Naufraguei no teu amor

salvaste-me enfim.

Monica San
Enviado por Monica San em 19/12/2007
Código do texto: T785106
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