Corruíla.

Corruíla, ora pássaro, Ora vento,

Que me investe som inchado,

Ave oca, ser ave seu legado,

Planar pelo ar volátil e denso,

Flutua, imita o papel,

Evola, risca o azulado céu,

Tens camuflado, entrelinhas do ar,

Ora sobe, Ora desce, Ora terra, Ora mar,

De pensamentos não pensados,

De Céus e luas vazias,

Olhar enleia as alturas do pecado,

Diz-me como voar, ora magias,

Chão é rijo, e o ar leve,

Onde pisa pés feridos,

Prefiro flutuar, em breve,

Sermos do alto então temidos,

Ver do alto, o vil da terra vencida,

Sentir o zéfiro a me tolher,

Ora descer, Ora subida,

Ou lá então permanecer,

Diga-me pássaro alado,

És, Corruíla ou rouxinol,

Investiu-me então um cantado,

Arcano do ar, arcano do sol,

Bela vista teu olhar fita,

Tênue parece teu canto,

A onda suave o mar crepita,

Louvando de cima, quanto encanto,

Subiu o sol, rodeando a face,

Ora, esse legado da terra,

Se acaso cair, outra nasce,

És ave, pois homem não seria bela.

Andre Santana
Enviado por Andre Santana em 20/12/2007
Reeditado em 03/07/2014
Código do texto: T785647
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