Verdades do amor
Suspiro nos seus braços
Enlaço suas pernas
E respiro o seu cheiro.
Mãos unidas em corpos separados
Escuro no quarto
Claro na alma
Que grita azulando o céu.
Borracha – não apaga,
Lápis – não escreve:
Pensamentos que levitam
Em torno de nós.
Os meus emaranhados
Latejando em minha fronte.
Os seus ansiosos
Brotando da fonte.
Ah, quantas dúvidas
Cinzas, gris
No meu travesseiro!
E o seu sussurro
No meu ouvido
Dizendo coisas
Que não sei ouvir
Esquecendo coisas
Que quero falar.
O amor me embebeda
E acredito nas suas verdades
- que parecem mentiras.
Mas eu quero ser sua
E suspiro nos seus braços
Minha alma nua
E sua.
Seu cheiro no quarto
A noite em minhas pernas
De pensamentos azuis
Na respiração da madrugada.