Mística
Querida mística, respeite miseravelmente minhas palavras em resignação.
(Por favor não leia meu futuro se não quiser
se atrelar a ele)
Eu teria te amado, senti naquele sorriso, naquele acidente inesperado pus meu corpo cálido entre ti e os outros, o tempo e o espaço.
E quando a tua boca mexeu, risonhamente naqueles lábios, me esqueci de mim...
Foquei só em ti todas as minhas fracas e obtusas forças...
E sim! Eu teria te amado se tivesse tempo se houvesse espaço, se tivesse permissão para tal, teria um pouco mais me adentrado nos teus passos, conhecido seus caminhos, descoberto outras marcas (outras pintas) outros sorrisos...
O tempo voou e ainda me dói aquele pedrada lançada e os teus olhares profundos com seu jeitinho sempre querendo ensinar-me sem saber como iria escapar do meu charme que te punha pequena e frágil quase como um mero animal ainda indefeso, charme que certamente já não tenho...
Mas eu teria te amado se meus dedos não tivessem tão cansados de tocar no impossível e ver o mel escorrer em outras bocas;
Teria certamente transitado rapidamente ao teu encontro.
A levaria no meu estúpido bar, naquela minha mesa de estar, com cerveja, meus papos de boy e todas aquelas merdas que faria pra te arrancar um beijo e depois a roupa, e ao te vestir não cobria só a tua nudez mas a tua essência preenchendo no pouco que te falta meu lugar de homem nessa equação que seria você e eu.
Porém, não houve tempo, nem espaço, nem tentativa, foi só sonho e solidão.
E eu tão ruim em exatas, te achava tão chata e não tem problema nem resolução, nem o X ao cubo nem palavras no dicionário para tais afirmações...
Será sempre um sonho intacto, menina...