Fez-se corpo

O poema que foi encorpado

Era antes um oi de amigos

Era riso, olhares calados

Carinho sem toque, sem busca

Era apenas acorde tocado

Não ousava ser colo ou abrigo.

Mas nas voltas e curvas do mundo

O encontro se fez de repente

Não assim, num minuto ou segundo

Foi num calmo olhar aguçado...

Foi na foto, no vago, no ausente

Foi num tempo propício... fecundo.

Foi ali que surgiu a poesia

Que não via, não estava, não era.

Não achava e nada fazia

O poema que foi amizade

Ganhou forma, teor, fantasia.

Se mostrou onde nunca estivera.

Foi no vago que o corpo surgiu

Sem correntes, sem medo e sem dor

O poema que a arte esculpiu...

Fez-se corpo, com bocas e mãos

É desejo, é doce, é gentil...

Tem cuidado, tem canto e calor.

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 29/11/2023
Código do texto: T7943504
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