SOBRE FLORES E AMORES

 

O aroma que exala da flor,
pisada à beira do caminho,
faz chorar no verso.
É pétala dilacerada pra todo lado,
é aquarela esparramada,
é o poder do velho espinho.

Há de se cuidar da rosa,
do ramalhete de margaridas.
Há tanta pedra nestes jardins sem quintais...
... Faz gemer de saudade a amante
pela solidão de saber-se romanticamente só,
em meio às orquídeas,
que não desencantam jamais.

Porque há de haver outras flores,
e até guardar algumas na pele,
mas no coração, a flor do amor
é sonho que se eternizou,
ficou marcada igual tatuagem,
é desejo que não repele.

E quando a morte chegar
e estiver pronta para cruzar as águas,
ainda assim chamará o nome encelso.
... Uma última vez o amor, sagrado amor,
a carne tenra da flor,
sem medos,
sem melindres,
sem muros,
sem mágoas.

No ar o mistério
O aroma da pétala ressuscitada,
é rosa branca, ou rosa rosa?
Já não importa, porque o espinho já não tem poder
Já não (poda) nada!
 

 

 

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