Eram” tantas canções
parecidas e tão desiguais,
como as coisas da vida;
coisas que são parecidas
feito impressões digitais”.
"Quem inventou o amor
teve certamente inclinações musicais"
GERALDO AZEVEDO
Canção do amor
Nossas sedentas bocas se cruzam
Num beijo interminável se glosam
Corpos excitados com mil desejos
Sedentos a procura dos ensejos
A cama preparada no vermelho lençol
Anunciando a pseudo guerra dos sexos
Vamos fundo numa canção em bemol
Com melodias do côncavo e convexo
Num encaixe tem o nosso livre melindre
No calor do frenesi ela abre as frestas
Eu alucinado adentro no vão das pernas
A minha vontade exige um forte timbre
Na hora do jantar a luz de velas
Gemidos nas loucuras de mim e ela
No vai e vem da busca do prazer
Explosão dos gozos num amanhecer