Passageira
Fim de semana você viajou
sem me dar ao menos um adeus
fiquei com medo de uma curva
te tirar de mim, de um devaneio
te mudar a direção.
Sem me dar conta de que
nunca fui o cais para
refugiar você nas suas
turbulentas navegações...
Acabo transformando sua ausência em
poesia, desmistificando palavras
num contesto totalmente sem
melodia. Até com falsas modéstias para
tentar embelezar o que há entre você e eu.
O telefone já não toca, o
recado já não chega, a boca
que não beija e amor que não
deleita.
(vai deixando de fazer falta no fim do Domingo)
Estou aprendendo a minar em mim
as suas irrisórias bonanças.
Estou aprendendo a focar em mim
masa ainda me afogando nas tuas tortuosas lembranças.
Sobretudo chego a me questionar
em qual desses rios minha Nau
vai chegar? E se chegar tem você na primeira fila?
Já não sei se te espero se te quero se tenho esse
tempo pra desperdiçar, vou enfrentando
a solidão enfeitada com tuas mentiras.
Já não tenho mais respostas já se foi minha alegria.
Junto do Adeus que eu tanto ensejei mas você não disse...