PRIMEIRAS HORAS DO ALVORECER

Arvoredos, abri os ramos! Afastai-os!

Ansiava o deslumbre, tal raiar!

Eleva-te olhos tristes, o despertar

Primeiro lúmen, lúcida láurea - Regozijai-vos!

Apolo, por que choram as Deusas ao tocar das liras

Se à primeira luz que brilha,

Fulgem os olhos - Pacífica ilha!

Afrodite, por quem suspiras?

Outra luz talvez, que inda não vi

Um poema, uma trova, o nome que nunca li

Olhos que tombaram Ovídio e Orfeu...

Ó alvorada! Foi em teu amanhecer

Junto à luz ao postigo, temor e prazer

Tocaram-me a tez níveas mãos

Roubando de minh'alma culpada, o jubileu!

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Observação

“jubileu” - No texto está no sentido de “perdão divino”

André da Costa
Enviado por André da Costa em 27/04/2024
Reeditado em 27/04/2024
Código do texto: T8050657
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