TUA GRAÇA

 

O som da tua graça divina sibilou,
um canto suave nos meus ouvidos ecoou.
Na pele, aveludada e sedenta de amor,
senti todo o encanto silencioso da madrugada.
Busquei nos derradeiros momentos da lua,
um quadro na janela para decorar tua boca,
com beijos ávidos já impregnados de saudade.
Amei-te com uma intensidade jamais experimentada!
Adormeci em teus braços,
como um beija-flor se recolhe ao seu ninho,
e no calor do teu peito, meu rosto
se sentiu flor, ao deleite do orvalho.
Ah, os raios do sol, ainda tímidos,
invadiram nosso leito, dançando suavemente,
em nossos corpos exaustos, com eles vieram
os pássaros sussurrando a doce melodia da vida.
Diante de tamanha beleza, o desejo se espreguiçava
na rede amorosa do sonho e da poesia...
(Cida Vieira)