Pequenos poemas de amor

Pequenos poemas de amor.

Por Carlos Alexandre Marques e Ferreira

Tempo de despertar

Manhãs que desperto sem ti

São aquelas que anseio não acordar

Do sonho que tu jazes ao meu lado.

Auroras que despertas junto a mim

São aquelas que acordo

Do sonho de anseios

Para o sonho realizado.

Quimeras

Se eu fosse capaz de tocar o véu da noite,

Sentir-me-ia como acariciando seus cabelos;

Quiçá eu conseguisse entregar-me ao fogo do sol,

Queimar-me-ia tal quando me derreto em teus braços.

E se eu pudesse, ora não sou alado, voaria veloz

Para matar a saudade que me mata dos vossos lábios.

Minha cama, sua cama.

Esta cama, na qual me deito sozinho,

Está agora pequena e triste.

Ora quando tu jazes aqui comigo,

Tornamo-na repleta de espaço,

Espaço de blandícies, abraços e...

Fazer amor.

Contar o que é infindável

Amar-te

Completamente

Todos os segundos

Do meu dia

Assim como

Eu queria,

Parece-me

Impossível

Entretanto

É indizível

Supor

A totalidade

Desse meu amor

Por ti.

Pois,

Se é improvável

Somar as estrelas

Do Universo

Semelhante

Incontável

E Inenarrável

Em versos

É a extensão

Do que anseio

Seja infindável.

O meteorologista

Contigo aprendi a prever o tempo:

Você presente,

Coração ensolarado

Temperatura muito quente;

Você distante

Minh’alma esfria

Tristes ventos congelantes.

O duplo sentido de nós dois

Agora

Jogo-me

Ao teu lado

Na mixórdia

Dos sentidos

Sem relutar

Desejando

Morrer

Amando-te

Incessantemente.

Ora

Amanhã

Irei só

Divagar

Devagar

Ansiando

Não morrer

Antes

De Amar-te

Novamente.

Incandescente amor

Durante o silêncio

Vi um deus

Ou quiçá

Era apenas um céu estrelado,

Estrelas incandescentes

E falantes,

E quando falavam

Falavam de ti

De vossos olhos

Tão brilhantes quanto elas

E Tão intensos como os meus

Quando avistam os teus.

À moça desligada

Se

Teu semblante

Sempre distante

Virasse

Por um instante

E olhasse

o observante

Ao lado

Que vive

Apenas

Esperando

Ver-te

Sorrindo

Em sua direção.

Ouviria-o

Então

Em alto

e bom som

clamando:

Leve-me

Pois é teu

Meu coração.

Minha luz

Enquanto falas

eu penso:

Lados escuros

eram apenas

Lados escuros

Quando não te conhecia.

Agora

ao teu lado

Sempre há

Uma luz

para ilumina-los,

Luzir

Todas as rosas

No jardim

Que outrora

não as via.

Sonhando Acordado

Acordo com o vento,

Quisera fosse seu beijo,

Ora era só o tétrico silencio,

Ou fosse seu corpo, não relento;

Porque quimeras e desejo,

Faz da saudade meu infenso.

Então retorno ao sono,

Onde tudo é relevante,

Enquanto encontro o invisível,

Que te aproxima num instante,

Pois o improvável torna-se possível,

Com a força de meu sonho.

E se eu despertar novamente,

Eu continue sonhando acordado,

Quiçá de tanto sonhar,

Possa o sonho de tê-la ao meu lado,

De corpo e alma eternamente,

Um dia vir a se realizar.

A espera da luz

Espero-te

Como a manhã

Espera o sol;

Quão à noite

Aguarda a lua;

Somos três

Ansiosos

Aspirando

A chegada da luz

Que ilumina

Nossos olhos

Enegrecidos

Pela saudade.

Faça do meu peito o seu leito

Inquieto

Passeia

Seu braço

Sobre meu peito,

Enquanto te abraço

Percebo

Você é a parte

Que completa

Meu leito.

Desperto

Contemplo

Sua presença

Em meu leito,

Enquanto te afago

Festejo

Você é a parte

Que completa

Meu peito.

A Impaciência do amor.

Penso,

Às vezes parece

Que cada segundo

Dura um minuto

Cada minuto

Uma inoportuna hora

E cada hora

Um interminável dia

Enquanto te espero.

Penso também

Com os cabelos em frangalhos,

Que penso, penso

E não se vai o tempo

Outrossim, vem a saudade

Assumi o desespero

O anseio que tudo parta

E o vento traga

O momento que o tempo

Somos apenas você e eu.

Despedida

Agora,

No instante

Que te vejo

Indo embora.

Já imagino

Exatamente

A feérica hora

Em que o tempo,

Meu Deus

Ou o vento

Unir-me-á contigo

Novamente.

E enquanto

Olho-te

Partindo

Ao invisível oro

Pedindo

Que a saudade

Seja breve

E os minutos corram

Célere

Até o momento

Em que meus lábios

Encontrarão o lugar

Que chamam de lar:

Os seus lábios.

O Feitiço

Estou perdido!

Isto é pura magia

Tu disseste

Que não é bruxa

Ora me enfeitiçaste

Você clamou

Que nunca sonhaste

Mas fez-me

Sonhar contigo

Todos os dias.

A vontade de estar ao teu lado

Se estou

contigo

sonho,

Sem tí

finjo

dormir.

Se juntos

somos

um mundo,

você longe

torno-me

um monge.

Se quando

dançamos

doce som,

distante

soamos

dissonantes.

E se agora

já vais

embora.

Vá! Mas

volte logo,

sem demora.

As Formas do Tempo.

Neste tempo

De querer estar contigo

Tocar-te lentamente

Entre seu ventre

Amando-lhe como sempre

Tal eu nunca ousei antes,

Que agora te digo

Sussurrando em teu ouvido

Palavras em formato de blandícies

Ou será caricias disfarçada de poesia

Pois o que parece simples gemidos

São traduções de nossas dispares

Formas de alegria.

Estatua

Transformá-la-ei

Em estatua

Pra que não partas

Nem repartas

Este meu coração

Que sem a presença tua

Esvai-se

Tal noite

Que desfalece

Na ausência da lua

E se rende a escuridão.

Razões

Se

A aurora

Só há

Por causa

Do sol

E o ocaso

Graças dá

A existência

Da Lua

Assim disse

Meu coração:

O amor

Apenas existe

Na presença

Tua.

O gigante amor

Cada pequena parte tua

Que toco com os lábios meus

Engrandece-me

Agiganta-me

Torna-me ainda mais

Vulnerável a cair

No ardil do seu amor

E morrer feliz

Nos braços teus.

Meu saciar

Amar-te

Tão somente

Basta

A minha alma

Corpo e mente;

E tua boca

Macia e doce

Sacia

Minha sede

E fome;

E minha dependência

A sua presença

É tamanha

Que até a mais

Profunda melancolia

Diante d’ um sorriso teu

Não persiste jamais

E converte-se

Em alegria.

Beije-me antes de partir.

Tão certo

Quanto meu corpo

Só está completo

Quando jaz ao lado teu

É que ao ver-me desperto

Totalmente descoberto

Sem ter-te por perto

Na ausência d’um beijo de adeus;

Sinto um vazio

Tão intenso

Que o sol reluzente

Torna-se meu infenso,

Pois outrora quente

Quando estavas em meus braços;

Agora longe de teus afagos

Está extremamente frio.

Carlos Alexandre Marques e Ferreira
Enviado por Carlos Alexandre Marques e Ferreira em 07/01/2008
Reeditado em 27/02/2010
Código do texto: T806302
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