"Sem amor, sem Deus, sem paz".
Atiro ao mar todas as minhas dores,
Abnego aos meus pais - troco o meu nome,
Adoto um pseudo - isto mesmo - um cognome,
Para ocultar bajulações e falsos amores.
Esqueço-me de tudo, até mesmo a minha pátria,
Meus traumas sugerem frágeis vícios de linguagem,
Encravados no texto e no contexto da bagagem,
Me ensurdeço, fico mudo e se falo, é da pátria.
Vejo agora; o meu amor vale tanto quanto o lixo,
O lixo ao qual eu me entrego por mero capricho,
Perante a minh'alma já quase destroçada.
E a culpa é tua se a minha alma, lenta, se definha,
E como pássaros voantes, sou uma pomba que caminha,
Sem amor, sem Deus, sem paz pelos beijos teus.