ESPERA, ESPERANÇA
 
Disse  outrora  que
“quantas  vezes
a  emoção  da  espera
fizera-me
esperar-te  várias  vezes”
E ainda
pela  vida  afora
por  onde  vagam  as  lembranças
eu  te  seguirei  esperando...
 
Eu  te  esperarei
enquanto  houver  respostas  tuas
nos  becos  e  nas  ruas...
Enquanto ouvir
o canto doce-amargo
da  saudade
naquelas  árvores,
naquelas  praças
de  um  lugar  qualquer,
num  tempo  qualquer
onde  eu  estarei
e  ficarei
a  te  esperar...
 
(...tenho  tanta  coisa  pra  fazer,  que  nem  sei  qual rumo  tomar:
ver  um  filme,
ler  um  livro,
terminar  uma  mensagem,
abrir meus  e-mails
- no correio  da  saudade  e  da  paixão, -
bater papo num chat – quanta emoção! -
falar  no  skype,
navegar por terra estranhas  ou...)
 
Esperar...
Esperar  o  tempo  passar
(neste  quarto cibernético, “com  a  boca escancarada,  cheia de  dentes...”)
E  a  vida  arrebatar...
 
Enquanto  o  amor  não  vem...
 
Espera-me...
 
Espera-me  pela  vida  afora
Na  casa  onde  a  saudade  mora
No  caminho  da  paixão...
 
Eu  por  ti  esperei
e vê  até  onde  cheguei
sozinho,  a  te  esperar...
 
Agora... espera-me...
 
Espera-me  no  silêncio  das  noites,
No  vento  com  seus  açoites,
Espera-me...
 
Espera-me
com  teu  olhar
distante,
aconchegante,
com  tua  ansiedade,
com  tua  saudade,
com  tua  felicidade
Eu  hei  de  chegar...
 
Espera-me
com  tua  luz,  teu  riso
tua  dor  e tua  cruz.
Espera-me,  sem  pressa !
Eu  vou  chegar...
 
Espera-me  sem  tempo
“enquanto  é  tempo
no  instante  pequeno.”
Um  dia  aí  hei  de  estar...
 
Dizem  que
quem  espera  sempre  alcança...
Não  sei  o  quê
mas,  sempre  alcança!
Espera,  esperança
num  dia  de  mudança
ou  de  nunca  mais...
 
Eu  esperei
a noite  toda,
de  todos  os  tempos,
eu  vivi  a  esperar.
 
Espera-me...
Até  quando  não  sei.
Um  dia  chegarei...
 
                        Vinhedo, 10 de janeiro de 2008.