Nau louca...

Já desbragado e louco,

num caminho sem saber

e me importar tão pouco,

se eu vou ou não sofrer.

No rugir da tempestade;

Ao hino da acalmia…

Já não me importa a verdade;

Essa, que ela me dizia.

As amarras se partiram,

como louca navegou.

Vi seus lábios que sorriram;

Desdém, de quem nunca amou.

Velas de força eivadas,

num afastar… vilania.

De bandeiras desfraldadas,

levando o que eu queria.

Caduco foi o meu sonho,

pensando que era só minha

e num vendaval medonho;

Eu perdi… minha rainha.

Foi mulher, minha ternura

e Nau perdida no vento.

Apenas resta a ventura,

quedar-se no pensamento.

Seja a vida tempestade;

Reste em mim emoldurada.

Seja apenas a saudade,

do tanto… que foi amada.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 11/01/2008
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