Ela foi...

Foi amor no gume de uma espada;

Feriu a vida que foi seu deleite…

Essa mulher que nunca foi sonhada,

não é dogma de fé, que se respeite.

Ferida no orgulho e na vida,

acasalou-se em bela mentira;

Estrela cadente no céu perdida,

foi um poema vivendo na lira.

Cantou, cantou e por fim encantou;

Foi mulher tal como a deusa lua,

foi delírio e o poeta pensou,

ser sua musa, porque estava nua.

Brilhou na cama e deu o amor;

Foi um rio de ternura e carinho,

salpicou de estrelas o trovador,

que olhou o céu e viu-se sozinho.

Foi espada cruel que o retalhou.

Os seus poemas, palavras perdidas…

A musa deu-lhe o amor que sonhou;

Seus poemas são apenas feridas.

Ela riu sobre o sangue derramado;

Nos poemas já feridos de morte,

vestiu as brumas do sonho sonhado

e fez-se do poeta… a sua sorte.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 13/01/2008
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