Silêncio Negro
O silêncio negro
irrompe no coração
quando o sangue final
resultado de um punhal
desferido sorrateiramente
do que ignora o amor
lágrima tinta estaguinada
a paciência se torna aliada
apenas o canto da fé
deve embalar
a fé que orquestra
até que quedada alma
possa enfim se levantar
a fé inteligente
que jamais foi imediatista
a fé que sabe
da existência das estações
ciente do fim
do gélido inverno na alma
onde a dor é o vento que açoita
ciente que a primavera chegará
e novamente as flores
desabrocharão
no jardim da alma
com a brisa
chegará o carinho
nos sons das folhas
do forte carvalho renascido
a melodia dos pássaros
trazendo notícias
do novo alvorecer
e o sol brilhando
no seu mais intenso amor
fará desta alma
o pleno arco-íris
nascido da união
de seus invencíveis raios
e o orvalho
presente nas rosas
as rosas brancas
que são do coração
do jardim do universo.