O Gosto das Palavras Mortas

Ainda sinto o gosto das palavras mortas,

Que ficaram sobre a língua fria

Da boca entreaberta no espaço vago

Daquele meu desespero que você nem via.

Ainda sinto o gosto das palavras mortas,

Que nunca ganharam o espaço

Jamais tocaram teus ouvidos longínquos

Jamais encontraram teu abraço

Ainda sinto o gosto das palavras mortas,

Que talvez eu deveria ter liberto

Mas as guardei aprisionadas entre dentes

As livraria, se perdido no deserto.

Ainda sinto o gosto das palavras mortas,

Que deveria ter cantado ao teu ouvido

Que talvez pudessem revelar o teu sorriso

Talvez pudessem comover, mas eu duvido.

Ainda sinto o gosto das palavras mortas,

Que lutavam pra sair da minha boca

Mas ao chegar ao teu lado, mastigadas

De para sempre se reverteram para nunca.

Ainda sinto o gosto das palavras mortas,

Que se perderam e eu já nem sei o como

Ainda existem, mas jamais verão o dia

E deveriam ter nascido num eu te amo.

Edson Gomes
Enviado por Edson Gomes em 09/12/2005
Código do texto: T83003