Ciúmes

Colhi flores, montei belo arranjo,

Recebi convite para à duas mãos escrever,

Aceitei, me vi enternecer.

Fiz dueto de amor com um anjo,

Fingistes ter ciúmes, me fez rir.

Aguças minhas artimanhas,

Sou gata cheia de manhas,

Testando suas fraquezas, vejo sua defesa ruir.

Ficas emburrado,

Me dá chá de silêncio com limão,

Quanta dúvida neste coração,

Casmurro e tão ensimesmado!

Se queres, me convida,

Divido contigo minha poesia,

Meu parco eu com sua mestria,

Falemos de tudo, menos de nossa lida.

Não brigues comigo,

Se faz de intocável,

De ser inalcançável,

E juras ser apenas meu amigo!

Quiz ser pássaro, deixei.

Sou ninfa-borboleta, voadora.

Meu amar, me deu asas de sonhadora,

Quizestes não me ter, aceitei.

Que mal há em um simples duetar?

Palavras poéticas nos lavam a alma,

Tudo que peço é: reflita com calma,

Tua ausência permitiu um anjo me tocar.

Não sinto culpa,

Portanto não peço desculpa.

És pássaro e possui asas pra voar,

Me leve, ou deixe alguém me levar.

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 24/01/2008
Reeditado em 24/01/2008
Código do texto: T831335