O Levante

O Levante

Guida Linhares

De loucos sonhos me revesti um dia,

em ânsia desvairada por tanto amor.

Veio a enxurrada acabando a folia,

deixando na boca, o amargo da dor.

Perdida e vazia vagando na noite,

em sombras plasmando a cruel agonia,

lágrimas fustigam a face tal qual açoite,

na angústia sem fim, roubada a alegria.

Eis que no poço sem fundo me vejo,

despida de esperança, morta a paixão.

Por dias e noites, esvaziado o desejo,

só quero dormir, sem sonho, nem ilusão.

Compassiva estrela que me fita distante,

lançando teu raio de luz sobre a Terra,

em mágico toque procedas ao Levante:

me ergas do fundo! A tristeza desterra.

Santos/SP - 29/01/08

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Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 29/01/2008
Reeditado em 29/01/2008
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