Entre o roçar da seda e o pulso do meu sangue

Quero te tocar

Não apenas com meu olhar

Ou minhas palavras: amo-te

Desejo deslizar meus dedos

Por toda tua pele na certa pressão

Entre o roçar da seda e o pulso do meu sangue

Amar-te na carne como já o é na alma

Sem tempo, esquecendo-me de mim

Que tu és tu também, não perceber

Onde começa a tua carne e termina a minha

Deixando meu corpo entregue a este

Ardente e transcendente desejo

Devorar-te como um vampiro sedento do teu sangue

E suavemente tirar prazer de cada recanto teu

Fazê-lo redescobrir o orgasmo, o êxtase que

Não está apenas em teu sagrado linga

Pressinto o teu gosto, de tua boca, de tua pele

Neste meu sonhar sob o intenso brilho da deusa lua

A pressão de teus lábios, essa insaciável fome

Que clama por tua boca, minha inquieta língua

Que em seu desejo próprio delira, ardentemente

Querendo explorar cada canto e recanto de tua boca

Sugar, lamber e brincar infinitamente com tua língua

Meu corpo está febril, trêmulo pedindo com urgência

Pelo retorno do teu, vivo quente

Dominado pelo desejo intransigente da tua alma

Do teu instinto de homem que ama

Ah como te quero!

Abrir – me em flor, o desabrochar total de yoni

Para receber- te dentro de mim, selando um sagrado amor

Que remonta de tempos imemoriais

Poder tocar teus cabelos, tuas costas

Enlaçar minhas pernas nas tuas num ritmo harmonioso e perfeito

Beijar-te numa única respiração e pulsar

Olhar-te sempre nos olhos, criando a verdadeira ponte

Por onde cada um atravessa para dentro da alma

Do universo um do outro, até que a ponte se dissolva

No puro êxtase, onde ponte nenhuma mais é necessária

Pois nos tornamos parte um do outro...

Momento de sublime e surpreendente descoberta

Já que a memória até esqueceu em quantos

Rostos, corpos e almas estivemos procurando

Um pelo outro, desde a aurora ao crepúsculo

Em quantos seres nos perdemos, acreditando amar

Ou então dominados por enexplicável desejo

Para em seguida descobrir que faltava aquela marca

Que não foi esquecida, a nossa marca...

Quanta dor, quanta tristeza, quantas feridas

Quantas ilusões, nesta nossa fome milenar

De um pelo outro ...

... e agora , como a mais formosa borboleta de meu jardim,

parto, é o momento de alçar vôo, pois o vento amigo me chama,

e em seus braços minhas asas posso descansar.

Susie Sun
Enviado por Susie Sun em 29/01/2008
Reeditado em 29/01/2008
Código do texto: T837968
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