MEU TORMENTO

Neuza Maria Spínola

Às vezes, sinto que me afundas,

Em tristezas e lágrimas profundas;

Sucumbindo neste véu de resistência,

Atormentando toda a minha existência.

E se tu me perguntas, por que me encontro,

Por que em tristezas agora me revolvo?

Meu coração está partido, tão sozinho,

Como criança, sem teu colo, e teu carinho.

Teu abraço, que era tudo neste mundo,

Hoje faz este abismo mais profundo,

Teu beijo, que não me deixava dormir,

É o tormento que eu mais quero ainda sentir...

Voltarão a ferir-me, e outra vez me machucarem,

Os teus beijos, quando os seus lábios me quiserem,

Não conhecerás, do meu coração, o caminho,

Nem deverás mais lembrar-te dos meus carinhos