SONHO PERFUME

SONHO PERFUME

Albatroz

Entregue tuas asas em minhas mãos

Leve-me ao negrume do céu e ao breu do mar

Retirando todas as minhas virgindades

E que todas as ondas sejam páginas viradas

Palavras passadas que não entendi

Apunhalando-me como toras

Vigas encharcadas ao meu peito

E este esplendor da briga dos raios

Que flecham meu corpo frágil

E que me faz aqui à beira chorar

Lágrimas tornam-se um mole charco a meus pés

Tombo, quedo, rolo... afundo lama

Albatroz

Jogue-me nas marolas, aos faróis

Como anzol

Onde minha pele crepitará ao fogo que lá existe

Esfriarão os sangues no finito azul

Banho sem vestes, flor liberdade

Albatroz

Empreste-me suas asas ou leve-me às suas costas

Para a luz, clarão da manhã

Que eu me veja alvo pão

Com o manto das estrelas quase adormecidas

Congrace o dia, esse amor que quero

Pois sinto o odor do suor da maruja paixão

O sonho perfume de quem quero

Navegar, acasalar, casar... estrela do mar

Mas antes, que as águas me abençoem

E que o sol me coroe

Tiara salina diamante

Tornando-me vermelha, corada para amar

Bronze, brilho, entrega brilhante...

Que as vozes cristais do vento e do mar

Digam sim.

Na paz e pela paz...

Pai,

Albatroz voe!

Cíntia Thomé

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Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 10/02/2008
Reeditado em 11/01/2010
Código do texto: T854341
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