Ai, ai, ai

“Ai, ai, ai”

Quando uma mulher geme

Não é só ela que o faz

É a menina que carrega

A moça que sempre foi

A mulher ali presente absorta

E a senhora de si mesma

Quando uma mulher geme

Obriga-se o silêncio a abster-se

E todos os demais sons

Proferirem uma oração

Ao clamor da entrega

E do calar-se fazer o belo

Quando uma mulher geme

O homem presente deve ir fundo

O mais abissal possível

Nem que os absurdos proferidos

Sejam todos eliminados

E sobre apenas o mergulho

Aí, meu amigo

Não diga absolutamente nada

Pois ela sente o que você não sabe

Ela transcende o ser que é

Pois por mais entregue que você seja

Nunca vai compreender o que é ser uma mulher.

JB Alencastro

JB Alencastro
Enviado por JB Alencastro em 27/02/2008
Código do texto: T878007
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