"CIÚME DO LUAR"
Entre dormindo e acordado,
vi atrevidos raios de luar
esgueirando-se sorrateiramente
por entre as ramagens do jasminzeiro...
Pela esvoaçante cortina
da janela mal fechada,
pé ante pé, quietos e silenciosos,
entravam no quarto escuro
e a tocavam, a acariciavam,
faziam prateados arabescos
em seu corpo macio e desnudo,
sensual,
adormecido...
Contrariado e enciumado com o luar,
levantei-me e a janela fechei,
a cortina cerrei, com o lençol a cobri.
Proibi o luar de ali entrar, nela tocar,
acariciar...
Pois ela é só minha,
todinha, inteirinha.
Só eu é que posso,
do seu corpo desfrutar,
admirar,
e beijar...
Ora, vejam se pode?
O luar...
Athos de Alexandria 01/03/08