Tu

Tua meiguice me inebria,

Tua inteligência me ensina,

Tua coragem me aguça,

Tua ousadia me assusta,

Tua têz me atrai,

Teus olhos me penetram

E tentam decifrar quimeras.

Doces quimeras!

Quisera.

Provocam-me

Teu sorriso maroto,

Teu corpo esguio,

Tuas mãos atrevidas,

Teu vazio.

É nisso em que me fio.

Contudo,

Sobra-te medo

De ti, de mim, de tudo.

Até do amor.

Horror.

Negas-me teu íntimo,

Teu acalanto,

Gesto ínfimo,

A seca do meu pranto.

Sacripanta.

Deixa-me tocar-te,

Roçar tuas ancas.

Deixa-me beijar-te

E, antes que partas,

O sabor da tua boca,

Guardar na lembrança.

Luiz Coronheiro
Enviado por Luiz Coronheiro em 21/12/2005
Reeditado em 10/11/2010
Código do texto: T88898