Canção de amor

Meu coração chama por ti

Numa canção silenciosa

tocada num violão – minha memória.

Sinto docemente a melodia

Da prece da minha pele por a tua.

Suavemente entranham-se tuas letras em mim

Aquelas que não cantas, não falas, não escreves

Mas que estão ali.

Ouço a impaciência da minha espera

A maledicência da minha ânsia.

Eu sou prá ti

E o tempo escorre por entre meus dedos.

Canto uma canção iletrada

Sou o símbolo

Tenho saudades, ausência de ti.

Podes fazer-me arder.

Em brasa minha alma

Em casa minha calma

Na cama minha espera.

Quero entregar-te em meus lábios

A beleza do anoitecer em que se encontram estrelas

E ser anuviada pela sombra dos teus olhos

Dispostos no meu colo.

A canção que não canto

Escorrida em meu pranto sem rima

Nos meus recantos expostos

No meu cheiro de flor do campo orvalhada.

Sou mistério desvendado

Beija-flor delicado e solitário

Jardim de paixão cerúlea

Uma espécie de vagalume

Que vaga, que divaga, que acende e apaga

Cumprindo a sina de ser e não ser

De ter e não ter

Luz

Canta prá mim a canção do silêncio

Que me faz dormir.

Valéria Britto
Enviado por Valéria Britto em 11/03/2008
Código do texto: T896542
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