E lá se vai o boêmio!
Nasci boêmio, na Lapa morei...
Eu queria todas, tinha algumas e a nenhuma me apeguei.
Mas a morena era a preferida, mas na loira eu também funguei.
Mas era a ruiva que me dominava e na pretinha que eu gamei.
Eu era valente e contente... a lapa era meu lar.
Acordava tarde, nem sempre dormia e só vivia no bar.
Quando o sapato melava com lama eu me preocupava em limpar!
Era minha marca, quase um samba que eu levava no ar.
As vezes falava bonito sem nada falar...
As meninas iam a loucura com o vagabundo aqui a declarar:
Que era guerreiro, zombador, torcedor do flamengo e macumbeiro sim senhor!
Não tinha medo da luta mas lhe faltava era amor!
Mas um dia eu cai da ladeira, de santa teresa...
Um bairro nobre amor...
E quem me salvou foi Teresa, que logo me conquistou...
Os olhinhos castanhos e cabelinho a voar, me levantou com uma força que quase me jogou pro ar!
Mas quem era eu... um mero jogador pra'aquela mulher conquistar?
Ela teria só o meu amor e um mundo todo pra sonhar!
Mas era tudo que eu podia oferecer e tudo que ela podia aceitar!
Ela pra minha surpresa, nao bambeou e me fez o homem boemio mais feliz do lugar.
Com uma rima breve levei a morena que hoje me encanta com seu andar...
E de bondinho descemos de Santa, pra na Lapa beber e cantar!
"Morena... morena linda... samba meu samba e canta minha rima!"