Canção de Maio

Os teus cabelos são negros ninhos de garça

São pátrias também... serenos e suaves,

Ao sopro das brisas que o verão incita

São leves poetisas em vôos de aves.

O teu olhar... negra colméia esquiva

Dos pélagos velados do coração

Tem ninhos... moradas de astros

Além das tendas do rijo tufão.

O teu suspiro em trinados de anjo

Canta a terra e exalta os céus...

Silvo ardente que o luar perpassa

E vem dormir junto aos anelos meus.

O teu sorriso pela fronte esparso

Geme, afoito, preces de alegria

Ah! Que hinos de horizontes largos

No lago azul da fantasia.

Teu rosto ideal de beleza clara

Refulge como um céu de constelações

Embebe os rios de minha ternura

Em lumes de sutis palpitações.

Tu, mulher...que o anelo me prendeste

Nos teus viçosos lábios cantantes

Dá-me beijos como sonhos

Pelas asas de noites suspirantes.