Só um abraço

Eu hoje tenho uma chama no fundo do peito,

Não sei como dizer o que seja, um sabor de acolhimento, de brandura.

Trago entranhado cá dentro, cerca ao coração,

O quentinho daquele abraço de dimensão universal,

Com amplidão de eternidade,

E trancendência de interação de gerações.

Estreitamento nos braços de minha neta, a que correspondi ardorosamente...

Hoje eu tenho cá no peito a sensação de vida eterna,

Condensada naqueles segundos de duração de um só abraço.

Quando chegue a morte, pode vir, eu não temo,

Pois terei vivido eternamente em meu regaço,

A infinitude de todos os enlaces nos tempos de cada abraço.