Tempos de descoberta

Em outros tempos, havia em nós

outros laços...

Tu corrias co’s ventos,

lépida, vivaz

E eu, ditoso, seguia teus passos.

Com o rosto corado

de calor (ou de paixão?)

Cantava abobado:

"Jamais deixarão que dias como estes

se percam ou vão."

Ah, mas que tu fizestes?

Calastes minha voz

Com o teu puro calor

E mo deixaste a sós

Ao fugir, assustada

ou feliz

Por sentir-se amada.

Nos meus lábios eu busquei

Aquela que foi

ou, quem sabe, eu serei.

Somos apenas atores de nossa tragédia

Pintados nas cores de uma vulgar comédia.

Este conto não termina assim

Informa o rapaz com o clarim:

"Sois jovens ainda, há muito pr’amar"

"seja bem-vinda, amada seta!"